Chaval
,pequena cidade localizada no Norte do Ceará ,situada entre monólitos gigantes,
foi primitivamente ocupada pelos Tremembés, índios Tapuias, da tribo dos
Cariris, plantadores de cajueiros, que viviam da caça e da pesca, dominavam a
extensa faixa litorânea que vai de Camocim até além de Parnaíba.
Os
primeiros povoadores, vindos do Ibuaçú, datam de 1872, ano que aqui chegou, o
padre Antônio Carneiro da Cunha Araújo, acompanhado de seus pais, Joaquim
Carneiro da Cunha e dona Francisca Joaquina do Nascimento, familiares e
serviçais, localizaram-se no lugar conhecido por Bosque Velho, abeirando o
salgado, uns dedicaram-se à exploração de sal marinho e outros à lavoura e
pecuária. Seis anos depois da chegada dos primeiros colonizadores, foi erguido
o primeiro armado com a construção de uma capela cujo orago, Santo Antônio,
fora escolhido pelo padre Antônio, santo de seu nome e de sua devoção. Esse
local, cercado de enormes monólitos, está localizado entre o rio Timonha, ao
nascente e ao rio Ubatuba, ao poente formando a barra do Timonha que dista seis
Km da cidade. Segundo reza a história, foi encontrado no Lagamar um molho de
chaves de ferro, que segundo os antigos, foram perdidas por barcos holandeses
que trafegaram pelas costas do Ceará e Maranhão. Outra versão, afirma que essas
chaves foram deixadas pelos índios que habitavam a região. Chave era a
expressão de fechar um território e abrir um ponto estratégico para o inimigo e
ser um reduto de sal marinho, designou-se assim a palavra Chaval. Também existem defensores de que a palavra de origem latina
“chavasco”, que significa terra agreste, mal pronunciada pelos sertanejos sem
estudos, teria dado origem “Chaval”, e com o passar dos anos a palavra original
fora esquecida. Porém algumas pessoas defendem a ideia de que a origem deve-se
a palavra “cheval”, cavalo em francês, ou fazenda “Cheval”,uma homenagem talvez
à uma fazenda de criação de cavalos que deu origem à Chaval.
O
atual patrimônio do município foi comprado pelo padre fundador pela quantia de
seis mil oitocentos e cinquenta réis, moeda corrente na época, termo de Granja,
em 09 de junho de1874. Chaval antes de adquirir sua autonomia política
pertenceu a Granja e a Camocim e o ideal de Monsenhor Carneiro, era de ver seu
município independente, desligado das algemas que o prendia de Camocim. Para
conseguir o seu ideal, Monsenhor recorreu para os laços de amizade que o
ligavam ao seu dedicado amigo Deputado Estadual, Murilo Aguiar. O êxito foi
completo e a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de Emancipação Política do
Município do ilustre Deputado e no dia 22 de novembro de 1951, o governador do
estado do Ceará, Dr. Raul Barbosa, sancionou a Lei nº 1.153, criando o
município de Chaval, desmembrando de Camocim, a sua área territorial. Por
eleição popular, realizada em 1954, foi eleito seu primeiro Prefeito Municipal,
o cidadão Francisco Thiers Carneiro,
que tomou posse perante a Câmara Municipal, em 25 de Março de 1955, tendo como
primeira dama do Município, a senhora Isabel
Alves Thiers Carneiro.
Eis
por ordem cronológica, os prefeitos Municipais de Chaval:
1º-Francisco Thiers Carneiro (1955)
2º-Epitácio Brito de Oliveira (1959)
3º-Libório Adrião de Araújo (1963)
4º-Francisco Ângelo Sobrinho (1967)
5º-José Augusto Fontenele (1971)
6º-Francisco de Assis Damasceno
Carneiro (1973)
7º-João Batista de Araújo (1975)
8º-Francisco Pereira Filho (1977)
9º-Francisco de Assis Brandão
Meireles (1983)
10ºJoão Batista Paula dos Santos
(1989)
11ºFrancisco de Assis Brandão
Meireles (1993)
12ºPaulo Sérgio de Almeida Pacheco
(1997)
13ºPaulo Sérgio de Almeida
Pacheco(2001)
14ºJoércio de Almeida Ângelo(2005)
15ºFrancisco de Assis Brandão
Meireles(2007)
16º Janaline de Almeida Pacheco
(Atual)
DISTRITOS
Passagem do Vaz, localizado a 22Km da sede do Município.
LOCALIDADES
Carneiro, Retiro, Boa Vista, Brasília, Lagoa do Mato, Tucuns, Cafundó, Jatobá, Pau D’arco Malhada da Areia, Salgado dos Soteros, Mocambo dos Quincas, Mocambo dos Costas, Lagoa do Mocambo, Japão, Pernambuquinho, Volta do Boi, Japão, Ilhota, Ilha do Saboia, Ilha dos Veados, Ilha dos Preás, São João da Praia, Boa Vista, Raposa, Jatobá dos Aprígios , Pilão de Pedra, Poção, São Paulo, Remanso, Nova Olinda, Canto, Carcará, São Lino , Lima, Vereda do Lúcio, Vereda Grande e São Paulo dos Andrés.
MEIOS
DE TRANSPORTES
Empresas de ônibus Intermunicipais e Interestaduais, Guanabara, Empresa Rosana, camionetas, vans, automóveis, motocicletas, bicicletas, animais, Motos e embarcações de pequeno porte.
Empresas de ônibus Intermunicipais e Interestaduais, Guanabara, Empresa Rosana, camionetas, vans, automóveis, motocicletas, bicicletas, animais, Motos e embarcações de pequeno porte.
CLIMA
O
Clima do Município de Chaval é quente e seco. A temperatura média gira em torno
de 27,5ºC, a temperatura máxima chegando a 33ºC e a mínima a 22ºC, durante o
dia a temperatura é bem elevada, enquanto a noite, o clima é mais ameno. A
média de precipitação pluviométrica anual, está em torno1000 milímetros. Devido
ser região litorânea, apresenta abundância de ventos. O inverno normalmente
inicia em janeiro e termina em junho, sendo o período mais chuvoso fevereiro e
abril. O verão estende-se de julho a dezembro.
RECURSOS NATURAIS
VEGETAÇÃO:
A
cobertura vegetal é um reflexo das condições de clima, tipos de terrenos e uso
atual. Nas proximidades do litoral, no baixo curso dos rios, predominam a
vegetação de mangues marcada pela ação flúvio-marinha. As terras circunjacentes
são quase desabitadas e estéreis, devido a grande quantidade de blocos de
granitos que se encontram em toda sua área. A vegetação do município de Chaval
está distribuída da seguinte forma: 243Km² está ocupado com o complexo
vegetacional da zona litorânea e 43Km² com matas ciliares e caatinga. Dentre
estas vegetações podem ser encontradas: maçarandubas, juazeiros, jurubebas,
pinhão roxo, pau ferro, cajueiro, e carnaubais.
OS MANGUEZAIS DE CHAVAL
Devido
à localização de Chaval ser próxima ao estuário dos rios Timonha e Ubatuba,
área que recebe água doce de vários igarapés na estação chuvosa e salgada do
oceano Atlântico, possui a maior área de manguezais do Norte do estado do
Ceará. O mangue é um dos ecossistemas costeiro que se localiza em regiões de
encontro entre rio e o mar é formado por lama escura rica e vital para o
equilíbrio ambiental, onde a vida marinha se alimenta e se reproduz. É neste
ambiente povoado por plantas exóticas e animais curiosos como: guaxinim, rato
do mangue e outros roedores, onde camarões, caranguejos, mariscos e muitas
espécies de aves e peixes encontram seu berçário natura; plantas, animais e
inclusive o homem, encontram alimentos em abundância e abrigo seguro. Nesta
área, pratica-se a criação de camarão em cativeiro. É uma área de fácil erosão
e, por isso, precisa de preservação ambiental. Esta região é muito rica em
alimentos, e muitas pessoas, de baixo poder aquisitivo, retiram dela o seu
sustento. A vegetação de mangues desenvolve-se em terras pantanosas, pois é um
ecossistema de solo negro, bem lodoso e profundo, que o torna sede de intensa
orgânica com uma imensa quantidade de peixes, moluscos e crustáceos. Ao mesmo
tempo, funciona como um “berçário” para as espécies que ali põem seus ovos. A
explicação para a alta produtividade dos manguezais está na fermentação, de
imensa fecundidade, em que a fauna e flora se integram em constante renovação.
Rico em matéria orgânica, resultado da decomposição das folhas dos mangues que
caem e servem de alimentos para os caranguejos e parte que fica no solo
apodrecem com ação das bactérias formando um solo humoso que revigora os
manguezais. O fluxo e refluxo das marés levam alimentos para os crustáceos.
Cada espécie de mangue tem adaptação muito especial ao ambiente, algumas
árvores, por exemplo, tem raízes que permitem a sua fixação no solo, outras têm
raízes respiratórias, ou aéreas. As principais espécies de mangues existentes
em Chaval são: mangue vermelho, branco, manso etc. O mais frequente e que existe
em maior quantidade é o mangue vermelho da família das rizoforáceas, suas
árvores medem acima de quatro metros chegando até dez metros de altura, sua
grossa casca contém de vinte a trinta por cento de tanino; substância usada
para curtir peles e que lhes dá a cor vermelha. Perto das áreas de mangues
vermelho em menor quantidade, o mangue manso, devido à predominância do
vermelho , o manso é comprido e fino. O mangue branco ou laguncularia racenosa,
popularmente conhecido como Canoé, não é tão alto, nem tão emaranhado, como o
vermelho e nasce nas partes permanentemente inundadas. O mangue de Botão é
menor do que as outras espécies de mangues e assemelha-se as árvores comuns,
nasce nas partes mais altas,ou seja, nas margens dos rios Timonha e Ubatuba .Os
mangues contribuem para a manutenção do solo, diminuindo a erosão e
assoreamento dos rios Timonha e Ubatuba. O manguezal de Chaval vem sofrendo
constantemente a agressão do homem, através do corte de suas árvores, para
retirada de madeira, lenha para queima, construções, construções de viveiros ou
criatórios de camarões, e a pesca predatória (pescar na época do defeso, bater
na água com varas para espantar os peixes, uso de bombas de pólvora, capturar
os filhotes; a apanha de caranguejo durante a sua reprodução “carnaval” ou
“brincadeira” e fêmeas).
O
que devemos fazer para preservar o nosso manguezal?
*Não
apanhar caranguejos durante sua reprodução (“carnaval” ou “brincadeira”) e nem
as fêmeas ovadas .
*É
proibido em qualquer época do ano apanhar fêmeas de qualquer tamanho e machos
com menos de 4,5 cm de comprimento de carapaça.
*Não
pescar no período do defeso. (época em que a pesca é proibida em razão da
reprodução.) Quem pesca neste período contribui para o desaparecimento de
espécies e reduz a quantidade de alimentos para a comunidade que mora perto dos
manguezais.
O
que podemos desenvolver sem prejudicar o manguezal?
*pesca
racional
*criação
de abelhas para produção de mel;
*ecoturismo;
*educação ambiental e pesquisa
científica.
ATIVIDADES ECONÔMICAS E RENDA
A base da economia do município repousa
na indústria de extração do sal, de cera de carnaúba, crustáceos, de mariscos e
pesca artesanal. A agricultura praticada no município é de subsistência. No
setor Secundário e economia informal, verifica-se um aumento no número de
estabelecimentos comerciais varejista, bares e lanchonetes regularizadas e um
grande número de pequenos comerciantes que vivem na clandestinidade. Na sede do
município, 50% da população economicamente ativa, recebe por mês de 01 a 02
salários mínimos, 35% de 0,5 a 01 salário mínimo e 15% de 00
a 0,5 do salário mínimo. Na zona rural, 20% da população economicamente
ativa, tem renda mensal de até um salário mínimo e 80% recebe de 00
a 0,5 do salário mínimo por mês. O município conta ainda com uma grande
quantidade de funcionários públicos, distribuídos entre municipais, estaduais e
federais.
SALINAS:
Já foram à base da economia de nossa cidade, com as indústrias de sal
beneficiado, que trouxeram muitas oportunidades de trabalhos e muitos
benefícios econômicos para a nossa sociedade. Os turistas que visitavam nossa
cidade ficavam muito curiosos para saber como era o processo da extração de
sal, com a chegada dos viveiros de camarão a extração de sal que já estava
entrando em decadência encontra-se sofrendo sérias dificuldades, No início do
século XXI a carcinicultura foi nova perspectiva de rendimentos econômicos e
geração de empregos, (criação de camarão em viveiros) Muitos salineiros
deixaram de produzir sal e entraram para o ramo de camarões. As pessoas que
estavam apossadas de salgados, logo trataram de vender seu direito de posse por
um bom dinheiro. A cultura de camarões apresentava-se como o novo “Eldorado do
Nordeste. ”O Sonho terminou logo, primeiro foi 11 de Setembro (queda do Dólar),pois
o maior importador eram os Estados Unidos, o camarão que tinha o preço de
quatorze dólares, baixou para quatro dólares; aumento da fiscalização do IBAMA
e SEMACE com grandes exigências, dificultando a licença para a construção de
novos viveiros; a ração aumentou de vinte reais o saco de sessenta Kg para
oitenta .Todos estes fatores contribuíram para a desativação dos viveiros de
Chaval e de todo Nordeste do Brasil. Hoje a maior parte dos viveiros
encontram-se inativos. Com tendência a voltar a produzir sal sofrendo um novo
processo de transformação, desta vez para a produzir sal. Se algumas salinas
ainda não voltaram, é pelo fato do preço do sal está ainda muito
defasado.
O CARANGUEIJO EM CHAVAL
O
caranguejo já foi uma das mais importantes fontes de renda de nosso município.
A expansão comercial do nosso caranguejo tem inicio na década de 60, quando
começou a ser comercializado em outros municípios, principalmente na Capital do
Estado, a cidade de Fortaleza., onde eram comercializados. Em 1965, o amarrado
de 10 caranguejos custava 10, (Dez Contos de Reis) Moeda existente na época.
Cada pescador de caranguejo pescava em torno de 100, amarrados por semana,
contendo 10 caranguejos em cada amarrado em 3 dias de pesca. O caranguejo tinha
como destino às barracas das praias de Fortaleza tendo como destaque a barraca
do Chico do caranguejo na praia do Futuro, uma das mais frequentadas por
turistas estrangeiros que vem se deliciar com o nosso caranguejo. Mais como em
excesso é prejudicial, o nosso caranguejo teve os primeiros sinais de escassez
no final da década de 80, quando o comércio já estava em grande expansão
comercial. Alguns fatores contribuiriam para que o caranguejo chegasse a esse
ponto como: a pesca predatória, pesca do caranguejo que não atingiu o tamanho
para ser comercializado que é de 6 cm: de cumprimento, permitido pelo o Ibama,
a falta de fiscalização do Ibama, pesca na época da desova, pesca do caranguejo
fêmea, a grande devastação para a construção de salinas e de retirada de
madeiras para a construção de residências, e atualmente uma devastação ainda
maior dos manguezais para a construção de criatórios de camarão em cativeiros,
destruindo assim os manguezais que é o habitat natural dos caranguejos. A pesca
do caranguejo foi bastante reduzida , hoje cada pescador pesca em media 40
amarrados contendo 8 caranguejos, isso trabalho de 5 dias de pesca, quando
chegam ao porto vendem cada a marrado de 8 caranguejos por R$2,00 . (dois
reais) Cada amarado e em seguida o mesmo caranguejo é comercializado a 30,00$.
(trinta reais) o amarrado com 40 caranguejos. Comercializamos também as
patinhas e a carne de caranguejos que tem alto valor comercial, mas é pouco
vendido em nosso município, porque o preço é altíssimo sendo totalmente vendido
para a capital. Hoje já temos o controle da pesca do caranguejo, feito pela a
colônia dos pescadores de Chaval, tem uma media de 60 pescadores de caranguejos
(caranguejeiros) associados,80% deles são habilitados (Possuem a Carteira
Marítima) que dá direito total a esse profissional da pesca do caranguejo.
RECURSOS HÍDRICOS:
A cidade de Chaval , fica situada
dentro do ângulo formado pela confluência dos rios São João da Praia e Timonha.
O rio Timonha, nasce no sítio Buíra na serra da Ibiapaba e vai desaguar no
Pontal no oceano Atlântico. Suas margens são cobertas de manguezais. As águas
salgadas sobem por ele até Chaval e tem excelente piscosidade. Recebe o
Ubatuba, com a denominação de São João da Praia, servindo de limite com o
Piauí. Açudes: Novo, Velho, Açudinho, Cruzeiro, Oliveira, Carneiro. Barragens:
Passagem, Retiro e Caldeirão. Observação: Foi construído o açude Itaúna, que
abastece os municípios de Chaval e Barroquinha.
PONTO
CULMINANTE DO MUNICÍPIO DE CHAVAL
O ponto culminante de Chaval, é a Pedra das Carnaúbas, com 104 metros de altura.
O ponto culminante de Chaval, é a Pedra das Carnaúbas, com 104 metros de altura.
Fonte: Blog Sinopse de Chaval/ Dona Edna